Publicado em quarta, 21 de setembro de 2022

CARREIRA - 45% dos trabalhadores priorizam flexibilidade no emprego a salário na busca por emprego

Já se sabe que a pandemia fez com que as prioridades de muitas pessoas mudassem em diferentes áreas da vida, sendo o trabalho uma delas. 

Apesar da grande taxa de desemprego, as demissões voluntárias cresceram nos últimos meses no Brasil, e atingiram um recorde no último ano. 

De acordo com uma pesquisa da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), baseada nos dados do Caged, do Ministério do Trabalho e Segurança Social, 2,9 milhões de pedidos de demissão foram registrados de janeiro a maio de 2022.

Para compreender as principais mudanças de acordo com funcionários, e suas novas preferências relacionadas ao modelo e local de trabalho, o Indeed, site de empregos, realizou uma pesquisa com 840 trabalhadores brasileiros. Os resultados revelaram uma mudança nas prioridades em relação ao que eles consideram mais importante: em uma nova oferta de emprego, os trabalhadores afirmaram que preferem mais flexibilidade (45%) do que um salário maior (40%). 

Quando perguntados sobre o que consideram mais importante para aceitar uma proposta de emprego, as três respostas mais comuns entre os entrevistados foram: benefícios como plano de saúde, vale-transporte, vale-refeição e licença maternidade (69%), maior flexibilidade no local de trabalho, com a possibilidade de alternar entre presencial e remoto (45%), e benefícios como participação nos lucros e bônus por metas (44%). 

Já em julho de 2021, em uma pesquisa similar também divulgada pelo Indeed, quando perguntados sobre o que era mais importante ao procurar por um novo emprego, as três respostas mais comuns entre os entrevistados foram benefícios como vale-refeição e plano de saúde (66%), participação nos lucros e bônus por metas (60%) e um salário maior (48%).

Mudanças nas prioridades

De acordo com o Diretor de Vendas do Indeed no Brasil, Felipe Calbucci, essa mudança pode ser vista como uma demonstração de como as pessoas estão reavaliando suas prioridades e valorizando aspectos que vão além do salário. 

“Claro que um salário competitivo continua sendo importante para as pessoas, mas não está mais nas três principais prioridades na pesquisa desse ano, enquanto maior flexibilidade ganhou a preferência de mais pessoas. O bem-estar no ambiente de trabalho e um equilíbrio entre vida pessoal e profissional têm se tornado questões cada vez mais importantes para os funcionários nos últimos dois anos, e isso é exatamente o que os dados mostram”, afirma.

Se houver a chance de escolher, os trabalhadores brasileiros também parecem preferir a possibilidade de misturar trabalho presencial e remoto do que um modelo totalmente remoto. A possibilidade de trabalhar 100% remotamente foi a opção menos escolhida entre as prioridades (25%), apesar do aumento registrado quando comparamos com a resposta dos entrevistados no ano passado (18%). 

Por outro lado, a preferência por um ambiente descontraído e saudável mais que dobrou em comparação à pesquisa do ano passado, saltando de 19% para 41%. 

Prioridades diferentes para gerações diferentes

Os últimos dois anos também parecem ter acentuado as diferenças nas preferências de cada geração. Ao analisar os dados dos trabalhadores da Geração Z e dos Millennials, as preferências ao avaliar um novo cargo mudam um pouco. 

Enquanto um ambiente de trabalho descontraído e saudável é uma prioridade para quase metade (48%) dos que fazem parte da Geração Z (o 2º mais importante no top 3 deles), essa é uma prioridade para 34% dos Millennials, sendo apenas a 5ª opção mais importante para eles. Mas quando se trata de um salário competitivo, fica claro que isso é mais uma escolha dos Millennials (47%) do que da Geração Z (33%).

O Indeed também perguntou o que impactaria mais na decisão de aceitar uma nova oferta de trabalho em um cenário hipotético de receber duas propostas com os mesmos benefícios, salário e modelo de trabalho. 

A diferença mais significativa foi observada em relação ao plano de carreira oferecido pela empresa: esse seria um ponto decisivo para 68% dos Millennials e 55% dos trabalhadores da Geração Z. Analisando outros tópicos: identificação com os valores e propósito da marca (34%), preocupações com práticas de sustentabilidade (27%) e iniciativas de diversidade e inclusão (25%) são um pouco mais importantes para a Geração Z do que para os Millennials (31%, 23% e 20%, respectivamente).

"A pesquisa mostra que a Geração Z tende a se preocupar mais com questões de sustentabilidade, propósito da marca e diversidade e inclusão, e preferem mais interações presenciais (mesmo que tenham nascido e crescido em meio a uma revolução digital). Uma grande parte desta geração está entrando no mercado de trabalho agora e está procurando por empresas que se ajustem aos seus valores pessoais. Desta forma, as empresas que desejam atraí-los devem começar a pensar mais em suas preferências, se quiserem construir relacionamentos mais significativos no local de trabalho e atrair os melhores talentos”, conclui Calbucci.

Fonte: Indeed


Fonte: Contábeis

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